TEORIA DA CONSPIRAÇÃO DO PROGRAMA CHAVES

25-02-2016 19:43

O nosso texo teve como embasamento, os textos publicados na revista Bula e no site Tudo Interessante,  e descreve como o doutor de história Ademir Luiz vê o seriado Chaves

Logo de inicio, Ademir diz que Chespirito, é um diminutivo para Shakespeare em uma comparação ao dramaturgo inglês. Para Ademir, Bolaños “é o criador de uma das mais sutis, brilhantes e temíveis representações do inferno em qualquer das artes: o seriado ‘Chaves'”. Sim, para ele a vila do chaves trata-se de um pedaço do inferno.

No México, o programa “Chaves” é intitulado “El Chavo Del Ocho”, que traduzido para o português significa “O Moleque Do Oito”, para o escritor, o significado social para a palavra moleque é "pecador" e o número 8 escrito deitado representa o símbolo do infinito, pois a morte é infinita: não haveria nada antes dela e nada depois dela. Então, o nome seguinificaria " O pecador do Infinito".

A vila seria então um pedaço do inferno no qual os personagens ficam repetindo as ações cometidas durante a vida: “Chiquinha chuta a canela de Quico e faz seu pai pensar que o menino foi o agressor, enervado Seu Madruga belisca Quico, que chama Dona Florinda, que acerta um tapa no vizinho gentalha, que descarrega a raiva no Moleque, que atinge o Seu Barriga quando ele chega para cobrar o aluguel. Enquanto isso, o professor Girafales, queimando de desejo, bebe café, com um buquê de rosas no colo, sem desconfiar a causa, motivo, razão ou circunstância de tanta repetição.”

Outro aspecto do cenário da Vila é que trata-se de um labirinto rizomático, confuso, cuja saída leva a uma rua estreita, a uma barbearia, a um restaurante, a um parque ou a uma sala de aula apertada. Temos também a questão da suspensão temporal, afinal, por que o senhor Barriga sempre cobraria eternamente os mesmos 14 meses de aluguél? Por que não 15 ou 16 meses? Simples, o tempo não passa naquele lugar!

Analisando os personagens, a coisa fica ainda mais complicada e bizarra. Cada um deles representaria um pecado capital e, como estão numa espécie de limbo, ficam fadados a refazer as mesmas ações.

Chaves representa o pecado da gula, o moleque sempre insaciável que ama o sanduíche de presunto e chama seu professor de “linguiça”, numa contradição aos costumes bíblicos que relatam que a carne de porco é suja.

Senhor Barriga representa a ganância, pois somente alguém muito ganancioso cobraria os 14 meses de aluguel todos os dias; 

Quico é movido pela inveja, uma vez que os brinquedos alheios sempre são mais interessantes que os seus, apesar de serem maiores e melhores;

Seu Madruga é a preguiça em pessoa e sempre acha uma desculpa para se esquivar dos seus afazeres e não pagar o aluguel.

Professor Girafales e Dona Florinda representam a luxúria, os dois amantes que, apesar dos seus desejos incontroláveis, jamais passam da tradicional xícara de café e dos incontáveis buquês, pois estão condenados a abstinência eterna. Aliás, o fato do professor Girafales em sempre acender seu charuto – mesmo na sala de aula – representa o cacoete dos amantes em fumar após a relação. Uma vez que o corpo não acompanha a mente, só resta ao pobre homem fumar e fumar.

Chiquinha é a personalidade furiosa representando a ira e que, apesar dos seus esforços, não consegue se expressar da maneira que gostaria por ser a menor da turma, logo, só lhe resta chorar; 

Dona Clotilde é a vaidade. Moradora do 71 ( 7 + 1 é 8, o infinito) possui um animal de estimação de nome “Satanás” e que ora é um cachorro, ora é um gato, demonstrando o aspecto transmorfo do demônio.

Jaiminho, o carteiro, seria o único representante do lado de cá. Segundo o texto, ele seria um médium e suas cartas, psicografias. O fato de viver cansado demonstra o seu tremendo esforço em vagar entre os planos e sua amada Tangamandápio, onde tudo é grande e mais bonito, não seria uma cidade, mas o próprio mundo dos vivos.

Fonte: TUDO INTERESSANTE

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